(*) Taciano Medrado
A expressão "cada qual no seu quadrado" significa que cada pessoa deve permanecer em seu espaço, função ou responsabilidade, sem invadir ou interferir nas áreas ou atribuições dos outros.
Na Bahia advogado já foi secretário de Agricultura e no Brasil, médico ja foi Ministro da Agricultura
Li um artigo do Diretor de Relatório de Monitoramento Global da Educação (GEM), da Unesci, Manos Antonínis o surpreendente dado que, no mundo, apenas 23% dos ministros da educação tinham formação como professores de educação básica
Esse dado chama atenção para uma questão central: será que os líderes responsáveis pela educação têm o preparo e a experiência prática necessários para entender os desafios da sala de aula e das escolas?
Ao ter poucos representantes com experiência direta no ensino, principalmente na educação básica, corremos o risco de que as políticas educacionais sejam formuladas de forma distante das realidades vividas por professores e alunos.
A formação em educação básica proporciona uma visão única sobre o ambiente escolar e os desafios diários do processo de ensino-aprendizagem. Professores que atuam diretamente nas escolas compreendem a complexidade de ensinar em salas de aula diversas, o que envolve lidar com diferentes níveis de aprendizado, com a gestão de conflitos e com as questões socioemocionais dos alunos. Eles também vivenciam os impactos das políticas públicas, sentindo em primeira mão a falta de recursos, as mudanças de currículos e a pressão para alcançar metas que muitas vezes não refletem as condições reais de ensino.
Quando ministros da educação não têm essa formação, pode haver uma desconexão entre a elaboração das políticas e a realidade escolar. Os dados revelam que muitos desses gestores chegam aos seus cargos por meio de experiências políticas, administrativas ou acadêmicas em outras áreas, mas sem o contato direto com o ambiente da educação básica. Essa situação gera uma série de consequências. Políticas de padronização e avaliações centralizadas, por exemplo, são frequentemente implementadas por líderes com pouca ou nenhuma vivência no chão da escola, o que pode resultar em normas pouco aplicáveis ou em metas que ignoram contextos regionais e limitações locais.
Um ministro com experiência em educação básica tende a ser mais empático e a compreender melhor o que motiva e frustra professores e alunos. Ele reconhece a importância da formação continuada, das condições de trabalho e de um currículo adaptado à realidade de cada escola. Além disso, a presença de ministros que já atuaram como professores de educação básica pode ajudar a valorizar a carreira docente, pois esses profissionais estão mais próximos das dificuldades e das necessidades de quem está na linha de frente da educação.
No entanto, essa baixa representatividade de profissionais com formação na educação básica não significa que o sistema educacional está fadado ao fracasso. Pelo contrário, traz um alerta para que se amplie a participação de professores e educadores em cargos estratégicos, seja no ministério ou em outras esferas decisórias. A representatividade desses profissionais seria um passo importante para a criação de políticas educacionais mais justas, acessíveis e coerentes com a realidade.
Olhando para o futuro, é essencial que governos e sociedades incentivem a participação de profissionais da educação na política, promovendo a ideia de que educadores são líderes e conhecedores das reais necessidades do sistema. Com isso, podemos esperar que as decisões sobre educação sejam mais sensíveis, inclusivas e conectadas com o verdadeiro propósito da educação: formar cidadãos preparados para o mundo.
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Professor e redator chefe do portal TMNews do Vale
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