Mosca da fruta, um perigo para a fruticultura na Bahia e no Brasil


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(*) Taciano Gustavo Medrado Sobrinho


A mosca-da-fruta é uma das principais pragas que ameaça a fruticultura no Brasil, especialmente na Bahia, onde a produção de frutas como manga, melão, uva e goiaba é uma fonte vital de renda para pequenos e grandes agricultores.

 

A presença dessa praga representa um risco considerável, pois, além de afetar a qualidade dos frutos, também reduz significativamente a produtividade e pode até inviabilizar a exportação para mercados internacionais, que possuem exigências rigorosas de controle fitossanitário.


A mosca-da-fruta, cientificamente conhecida como Ceratitis capitata e Anastrepha spp., deposita seus ovos nos frutos ainda em fase de maturação. Quando as larvas eclodem, elas se alimentam da polpa, causando apodrecimento e perda de valor comercial. 


A praga prospera em climas tropicais, sendo atraída principalmente por frutas suculentas e em fase de amadurecimento. No caso da Bahia, onde o clima e a diversidade de cultivos favorecem a proliferação da mosca, os prejuízos são preocupantes.


O impacto econômico é severo: estima-se que a presença da mosca-da-fruta possa causar perdas de até 30% na produção de algumas culturas. Além disso, há os custos associados aos tratamentos e manejos fitossanitários, que exigem grande investimento para tentar conter a praga. Pequenos produtores são os mais vulneráveis, pois muitas vezes não possuem recursos financeiros para investir em tecnologias de controle.


Para mitigar os danos, o governo da Bahia, em conjunto com institutos de pesquisa, tem implementado estratégias como o uso de armadilhas, técnicas de controle biológico com inimigos naturais da mosca e campanhas de conscientização sobre o manejo correto. 


O uso de inseticidas, embora eficiente em alguns casos, é controlado para evitar o impacto ambiental e para que os frutos não carreguem resíduos que possam ser rejeitados pelo mercado externo.


Entretanto, especialistas alertam que o combate à mosca-da-fruta exige um esforço coordenado. É fundamental que haja união entre produtores, associações e órgãos governamentais para que o controle seja realmente eficaz e sustentável. Além disso, a pesquisa por métodos menos agressivos e mais eficientes no combate à praga é essencial para garantir a qualidade e competitividade da fruticultura baiana.


Por fim, com o avanço da globalização e das exigências do mercado internacional, a Bahia precisa intensificar as medidas de controle e monitoramento da mosca-da-fruta para que sua fruticultura continue a se desenvolver de forma saudável e rentável.


(*) Engenheiro Agrônomo, especialista em Irrigação e Drenagem e Fertilidade dos Solos



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