O povo tem o governante que merece



(*) Taciano Gustavo Medrado Sobrinho

O ditado "O povo tem o governante que merece" é antigo e desperta reações intensas e variadas. A frase sugere que os líderes políticos refletem, de alguma forma, as características, os valores e as escolhas da população que os elege. Essa ideia pode ser vista como uma crítica, mas também como um convite para a reflexão.

Por um lado, o ditado pode ser interpretado de forma cética, insinuando que, se um povo escolhe líderes corruptos ou ineficazes, talvez isso revele algo sobre a própria sociedade: uma falta de interesse pela ética, pela justiça ou pela coletividade. 

Quando eleitores são atraídos por promessas vazias ou figuras carismáticas sem substância, eles estão, em última instância, depositando seu poder de decisão em alguém que não está preparado para corresponder às necessidades da população. Muitos especialistas defendem que, nesses casos, há uma responsabilidade coletiva. Se há líderes políticos envolvidos em escândalos de corrupção, é possível que essa realidade tenha sido permitida pela sociedade, seja pela falta de fiscalização, pelo voto inconsciente ou pela aceitação de práticas ilícitas como algo natural.

Por outro lado, a frase pode ser vista como simplista e injusta, uma vez que as dinâmicas políticas são complexas. Em muitos casos, a população não tem pleno controle sobre quem ocupa cargos de poder, especialmente em contextos de regimes autoritários ou em sistemas eleitorais nos quais o voto acaba sendo uma escolha de "menos pior". Além disso, o poder da manipulação de massas, da desinformação e da estrutura das campanhas eleitorais muitas vezes coloca a população em uma posição de vulnerabilidade. 

A falta de educação política,  e a ausência de uma mídia imparcial,  podem fazer com que o eleitorado seja facilmente influenciado, escolhendo figuras políticas que não representam seus interesses reais. Esse debate leva a uma reflexão sobre a responsabilidade de cada cidadão. 

Em uma democracia, o ato de votar é uma das ferramentas mais importantes para influenciar o futuro do país, e cada voto reflete uma escolha individual, mas que impacta o coletivo. Essa responsabilidade exige do eleitor uma análise crítica, uma busca por informação e uma postura vigilante diante das promessas e ações dos candidatos. 

Para evitar que o ditado "O povo tem o governante que merece" se concretize de forma negativa, é fundamental que haja uma participação ativa e consciente por parte da sociedade. Cada cidadão, ao escolher representantes comprometidos com o bem comum, pode ajudar a construir um futuro melhor.

Assim, a frase nos lembra que, para conquistar um governo que atenda aos anseios do povo, é essencial cultivar uma "cultura de ética, educação política e engajamento social"

Em última análise, a qualidade dos governantes que elegemos depende do compromisso de cada um de nós com a democracia e com o ideal de uma sociedade justa e solidária.

(*) Professor e analista político

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