Presidente da Câmara investigado pela PF por compra de votos com apoio do tráfico é solto pela Justiça



Genilson Costa (Solidariedade), presidente da Câmara Municipal de Boa Vista — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

O vereador e presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos), investigado pela Polícia Federal por suspeita de compra de votos com apoio do tráfico de drogas, foi solto pela Justiça nesta sexta-feira (20). Ele havia sido preso na operação Martellus. O parlamentar passou dois dias na prisão.

A decisão de garantir liberdade a Genilson é da desembargadora Tânia Vasconcelos, relatora do processo que ele responde no Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). Ela entendeu que como as medidas de busca e apreensão foram efetivamente concluídas, não havia necessidade do vereador ser mantido preso.Genilson Costa foi preso pela PF no dia 18 de dezembro, um dia após ser diplomado para o sexto mandato em Boa Vista. Além dele, também foram presos uma irmã do vereador e o subcomandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Francisco das Chagas Lisboa. A esposa de Genilson, a policial civil Natalie Guimarães, também foi lavo, mas não foi localizada e é considerada foragida.

"Com efeito, há de se pontuar que as eleições já se passaram (06/10/2024), as medidas de busca e apreensão foram efetivamente concluídas (18/12/2024) sem quaisquer notícias de embaraço, com as devidas colheitas de provas, condução e oitivas dos investigados, fatos que evidenciam a prescindibilidade da prisão temporária em questão", disse a Tânia em trecho da decisão.

A defesa de Genilson disse que o "TRE mais uma vez corrigiu uma injustiça praticada contra o Presidente da Câmara Municipal de Boa Vista restabelecendo sua liberdade."

A Operação Martellus foi deflagrada com o objetivo de desarticular a associação criminosa criada durante o período eleitoral de 2024 para comprar de votos em favor de Genilson Costa, além de outros crimes eleitorais.

Segundo a PF, ao menos R$ 1 milhão teriam sido utilizados na compra de votos do parlamentar - ele se reelegeu com 3.744 votos, o terceiro mais bem votado entre os 23 vereadores eleitos em 2024.

Em meio à operação da PF, o vereador também foi alvo de um pedido de cassação do mandato pelo Ministério Público Eleitoral de Roraima (MPE-RR). O órgão afirma que o vereador comandou um esquema de compra de votos utilizando recursos não declarados.

A investigação teve início após a prisão em flagrante de dez pessoas no dia 5 de outubro, véspera da eleição 2024, pelo crime de corrupção eleitoral. Na ocasião, um suspeito, apontado na investigação como líder da campanha de Genilson Costa, teria cooptado eleitores para votar no presidente, que disputava a reeleição ao cargo de vereador no município de Boa Vista.

Em contrapartida ao voto, essas pessoas teriam recebido valores que variavam entre R$ 100 e R$ 150.

No dia 6 de outubro, dia da eleição, uma busca e apreensão conduzida pela PF identificou a prática de diversos crimes eleitorais, culminando na prisão em flagrante do candidato pela prática dos crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e por ter ouro em sua forma bruta em sua residência, o que é crime. Depois, ele ele conseguiu um habeas corpus e foi solto.

As investigações apontam que Genilson usava grupos no WhatsApp para organizar os esquemas de compra de votos. No "Os Top 100", os membros recebiam entre R$ 100 e R$ 150 para votar no vereador, conforme a PF.

No grupo eram enviados comprovantes de pagamento para os membros. Ex-assessores, amigos e eleitores de Genilson Costa também faziam parte deste grupo, onde eram enviadas planilhas e anotações para organizar não só o dinheiro enviado diretamente aos eleitores, mas também os favores feitos.

Entre as despesas registradas, a PF identificou R$ 200 para remédios de um amigo, R$ 500 em combustível, R$ 510 para cervejas consumidas em uma reunião política e até R$ 4 mil para um pasto evangélico.

G1- Roraima e Amazônica

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