"AONDE VOCÊ MORA, PT?"

 


Poderíamos perguntar também: "Em que direção você está ou pretende chegar?" Afinal, "aonde" indica um estado em movimento. Esse advérbio, creio, poderia levar o Partido dos Trabalhadores a uma necessária reflexão.

E, de onde vem a ideia de questionar o PT sobre seu rumo?

É sabido por todos os brasileiros que o Brasil foi invadido por europeus que roubaram nossas terras e exterminaram nossos povos originários. Introduziram uma religião europeia e forçaram nossos ancestrais a rezar conforme os preceitos dos brancos.
Os caboclos sequer podiam usar seus próprios nomes, sendo obrigados a adotar sobrenomes que nada significavam para eles, como "Fulano de Jesus" ou "Beltrano dos Santos". Até a língua materna lhes foi arrancada.

Certo, essa história é amplamente conhecida.

Todavia, o que muitos brasileiros ainda desconhecem é que nossos ancestrais continuam resistindo e existindo. Aldeias indígenas e quilombos seguem firmes na luta contra o racismo e a xenofobia.

O que poucos sabem é que esses povos continuam sendo oprimidos por brancos gananciosos e invisibilizados pelos governos.

Em aldeias indígenas com mais de mil habitantes, não há água potável para beber, muito menos para higiene ou criação de animais.

Aqui mesmo, na Bahia, há aldeias localizadas a apenas 3 km do majestoso Rio São Francisco, mas sem uma gota de água para beber. É isso mesmo: crianças, jovens, adultos e idosos — muitos dos quais lutaram arduamente pela retomada de suas terras desde a colonização europeia — ainda hoje esperam por um copo d’água do Estado. Regularização fundiária? Nem pensar! A colonização segue viva, agora executada pelo próprio Estado.

Então, retomemos a pergunta inicial: "Aonde o PT pensa que vai, tratando os povos indígenas e quilombolas como invisíveis?"

É recorrente visitar aldeias na Bahia — estado cujo governador se autodeclara indígena e exibe um cocar em suas cerimônias — e constatar a dura realidade: milhares de indígenas vivendo sem água encanada, sem saneamento básico, sem creches, sem escolas. Assistência médica? Nem sinal!

O PT da Bahia, no atual mandato estadual, celebra bodas de porcelana. Parabéns! (Mas, atenção! A porcelana é delicada e
a quebram com facilidade!) Duas décadas governando o estado, enquanto o povo indígena ainda mendiga um copo d’água.

Sinceramente, só resta perguntar:

"Aonde você mora, PT?"

Célia Regina Carvalho
Indigenista / Eleitora da Bahia

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