Olá tudo bem?
Bem antes dos poderes públicos, o congresso nacional e o executivo desse pais, finalmente enxergaram o quão o uso de celulares no ambiente de salas de aulas vinha sendo nocivo, e trazia sérios prejuízos para a relação ensino-aprendizagem dos alunos, eu como professor, que vivenciava diariamente e visualizava o fundo do poço na educação já vinha alertando: Nunca me escutaram!
O uso de celulares em sala de aula é um dos maiores desafios enfrentados por professores nos dias de hoje. Como educador, tenho experimentado na prática os efeitos dessa presença constante de tecnologia, que muitas vezes se transforma em uma barreira para o aprendizado.
Ao mesmo tempo em que o celular é uma ferramenta poderosa, capaz de oferecer acesso rápido a informações e complementar o ensino, ele também é um dos maiores agentes de distração entre os alunos. Em várias ocasiões, ao explicar conteúdos fundamentais, percebo olhares furtivos voltados para as telas, dedos que deslizam apressadamente e expressões que indicam mais atenção às redes sociais ou jogos do que à aula em si. A luta para competir com o brilho hipnotizante do aparelho é desigual.
O problema não se limita apenas à distração. O uso inadequado do celular afeta a dinâmica da sala de aula, reduzindo o engajamento e dificultando a interação professor-aluno. Muitos estudantes perdem o fio da explicação ou não conseguem acompanhar os exercícios porque estão ocupados com mensagens ou vídeos. Além disso, o hábito de recorrer ao celular a cada instante prejudica o desenvolvimento de habilidades como concentração e paciência – competências essenciais na vida acadêmica e profissional.
Como professor, já tentei diversas abordagens para lidar com essa questão. Proibir o uso de celulares em sala de aula soa como uma solução simples, mas na prática, é quase impossível garantir o cumprimento da regra sem transformar a aula em um campo de batalhas por autoridade. Por outro lado, permitir o uso irrestrito é um convite ao caos. O meio-termo, que envolve orientar o uso consciente e propor atividades que integrem o celular como ferramenta pedagógica, é um caminho promissor, mas exige planejamento, criatividade e, acima de tudo, a disposição dos alunos para colaborar.
É evidente que o problema não é apenas dos professores ou das escolas. Ele reflete uma sociedade que se tornou dependente da tecnologia e que enfrenta dificuldades para estabelecer limites. Os pais têm um papel crucial nesse contexto, pois muitos adolescentes chegam à escola já com o hábito de estar conectados 24 horas por dia.
Enquanto educador, sinto na pele o impacto dessa mudança de paradigma. Estamos desafiados a não apenas ensinar conteúdos, mas também a formar cidadãos capazes de utilizar a tecnologia de maneira crítica e responsável. Para isso, precisamos de políticas educacionais que apoiem os professores, investimentos em programas de formação para lidar com essas questões e, sobretudo, um esforço conjunto entre escola, família e sociedade.
A sala de aula é um espaço de aprendizado e interação humana, e o uso indiscriminado de celulares está comprometendo isso. Cabe a nós, como educadores e cidadãos, encontrar o equilíbrio necessário para que a tecnologia seja uma aliada, e não uma adversária, na construção de um futuro melhor.
Por fim, espero que de fato essa nova lei seja fielmente cumprida e que não seja "mais uma" a se juntar ao rol de tantas outras que com o tempo se tornaram ineficazes. Como diz o colega: "O Brasil é o pais campeão em elaboração de Leis, e o hexacampeão em descumpri-las"
(*) Professor e Psicopedagogo
Não
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