"Ilegítima e farsante", diz líder do governo Lula sobre posse de Maduro

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"Ilegítima e farsante", disse o senador e líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP) sobre a posse de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela. 

O líder venezuelano foi empossado nesta sexta-feira (10). "O governo venezuelano é uma Ditadura e a posse do senhor Nicolás Maduro, ocorrida no dia de hoje [sexta-feira, 10], é ilegítima e farsante. Um regime que desrespeita Direitos Humanos, desrespeita alternância de poder e não respeita a soberania da vontade popular, é um regime autoritário. Portanto, é dever de todo democrata, esteja onde estiver, condenar qualquer Ditadura, seja de direita, seja de esquerda", afirmou o senador Randolfe, nas redes sociais. 

O terceiro mandato de Maduro começa em meio a tensões em níveis internacionais, visto que vários países como Estados Unidos, Colômbia e o Brasil não reconhecem a vitória do venezuelano por não ter havido transparência no processo eleitoral. Segundo o governo da Venezuela, representantes de mais de 120 países estavam no evento. Ainda assim, os únicos chefes de Estado que compareceram à cerimônia foram Miguel Díaz-Canel, de Cuba, e Daniel Ortega, da Nicarágua. A embaixadora Glivânia Maria de Oliveira representou o governo brasileiro na posse. 

À CNN, o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, disse que o envio da embaixadora foi “um ato de formalidade”, uma vez que o governo brasileiro já se posicionou sobre o resultado eleitoral na Venezuela, o que, de acordo com ele, “já azedou a relação”. “Todo mundo sabe que a relação nossa com eles [Venezuela], nesse momento, não é boa. Agora, por enquanto, não tem uma proposta de rompimento, então está indo a embaixadora do Brasil lá para assistir a posse e evidentemente é um ato de formalidade”, afirmou Wagner. 

Após as eleições venezuelanas, que ocorreram em julho do ano passado, o Brasil, Colômbia e México tentaram intermediar um diálogo entre Maduro e oposição após as eleições presidenciais. A conversa, porém, não avançou. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que deu vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos, não divulgou as atas eleitorais e, por isso, o governo brasileiro não reconheceu a vitória. 

Fechamento da fronteira 

Ainda na tarde desta sexta, o governo da Venezuela fechou a fronteira do país com o Brasil. A passagem de veículos está bloqueada pelo lado venezuelano na divisa com a cidade de Pacaraima (RR). A Polícia Militar de Roraima informou que, apesar do fechamento, a movimentação de pedestres segue dentro da normalidade. Veja nota oficial da PM de Roraima: 

"A Polícia Militar de Roraima informa que as movimentações ao longo da fronteira do Brasil com o país vizinho seguem dentro da normalidade, com uma leve redução no fluxo migratório de entrada no Brasil, mas sem alterações significativas. A PMRR permanece monitorando a divisa do lado brasileiro em razão da posse presidencial nesta sexta-feira (10). É importante ressaltar que, historicamente, a Venezuela, em situações similares, impõe restrições à passagem em seu território pela fronteira em Pacaraima (RR)"

*Com informações de Jussara Soares e Pedro Teixeira, da CNN

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