Lira acumula poder e continua na liderança do ‘Centrão’ ao deixar cargo

Em linhas gerais, o parlamentar alagoano manteve sua atuação como principal líder da parcela majoritária, na Casa, conduziu as articulações pela aprovação da regulamentação da reforma tributária e se engajou novamente em uma série de atritos com atores da esquerda.


Com Hugo Motta (Republicanos-PB) na Presidência da Câmara, Lira se mantém no poder

Ao longo dos últimos quatro anos na Presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) acumulou poder suficiente para permanecer como um dos principais líderes do chamado ‘Centrão’, parcela majoritária da Casa, ligada à direita e à extrema direita. 

Prestes a deixar o cargo, Lira trabalhou ao longo de 2024 pela cristalização de um legado político próprio e pela pavimentação de um caminho que garanta visibilidade na arena política.

Em linhas gerais, o parlamentar alagoano manteve sua atuação como principal líder da parcela majoritária, na Casa, conduziu as articulações pela aprovação da regulamentação da reforma tributária e se engajou novamente em uma série de atritos com atores da esquerda, o Poder Executivo, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a mídia.

Ao longo do último ano à frente da Câmara, Lira mergulhou articulou de forma a influir na escolha do sucessor e fechou parceria com o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), o que levou ao rompimento com o amigo e até então seu candidato na disputa, Elmar Nascimento (União-BA).

Ciclo

Na análise do cientista político Leandro Gambiati, no entanto, há ainda uma outra característica que o modo Lira de conduzir a Câmara imprimiu a este 2024: a manutenção do ritmo dos trabalhos.

— Dos quatro anos dele como presidente da Casa, eu diria que este último foi particular diante do ciclo eleitoral municipal. Logicamente, como todo ano eleitoral, você tem uma certa pausa nas votações, e isso ficou bastante evidente entre maio, junho e outubro, por exemplo. Mas falo do volume de discussões e de assuntos tratados. Foi um ano em que, apesar da atividade eleitoral, a Câmara se manteve ativa e o Lira continuou sendo um ator estratégico dentro da República — avaliou Gambiati, em entrevista ao site de notícias Brasil de Fato (BdF).Imprensa

Marcada por intempéries e indocilidades de ambos os lados, a relação de Lira com a imprensa também foi um dos pontos de realce ao longo dos quatro anos de gestão. O primeiro e mais evidente sobressalto surgiu ainda em fevereiro de 2021, quando, em meio à pandemia de covid-19, o alagoano ordenou que o comitê de imprensa da Casa fosse retirado do local onde estava desde a construção do prédio, em 1960, para dar lugar ao que seria seu futuro gabinete presidencial.

— Há um balanço negativo nessa relação dele com a imprensa porque houve muitos prejuízos para o acesso a informações de interesse público. Os presidentes anteriores concediam entrevistas com amplo espaço para perguntas, enquanto o Lira acabou trocando esta dinâmica por uma rotina de meras declarações ou pronunciamentos rápidos, muitas vezes também repletos de agressividade — resumiu o jornalista Pedro Rafael, da coordenação-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF).

Por Redação, com BdF – de Brasília

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