Atuo na política de Juazeiro há mais de 20 anos. Metade da minha vida foi dedicada à militância e ao serviço público, tanto em Juazeiro quanto na Bahia. Isso explica o motivo de ser constantemente questionada sobre o cenário político local.
Diante das mais recentes nomeações do governo Andrei Gonçalves, recebi quatro perguntas, que agora vou compartilhar com vocês, juntamente com minhas respostas:
1. Célia Regina, você já foi Assessora Especial de Gestão, realmente trabalhava?*
Sim. No governo em que atuei, as pastas eram organizadas por áreas afins, como Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Urbano, entre outras. O prefeito estabelecia três metas principais, e cada secretário era responsável por escolher uma meta a ser cumprida a cada dois meses. A função da Assessoria do Prefeito era apoiar os secretários para alcançar essas metas. Fui responsável por cinco pastas e, junto aos secretários, nossa missão era apresentar cinco metas cumpridas a cada bimestre.
Isso exigia muito esforço, pois, durante os dois meses, o prefeito cobrava constantemente para saber se as metas seriam atingidas. Nossas reuniões frequentemente se estendiam até a madrugada. Mas, juntos — prefeito, assessoria e secretarias — conseguimos cumprir as metas.
2. Célia Regina, como analisa a nomeação de duas pessoas como Assessores de Gabinete?*
Sendo franca, respondo (sem citar nomes): o primeiro tem currículo, mas passa a maior parte do dia dormindo. Não aproveita o investimento que o pai fez em sua educação e dedica-se a assistir desenhos animados e a dormir, mesmo recebendo R$ 15 mil por mês.
O segundo, nem consigo analisar. Nunca deve ter trabalhado na vida, a não ser carregando a mala do pai para lá e para cá. Não tem experiência no setor privado (salvo se for no restaurante recém-inaugurado pelo pai), muito menos no setor público. O rapaz mal saiu da adolescência, não há o que analisar aqui.
3. E agora? Como será? Por que Andrei nomeou esses rapazes?*
Até me cansa responder, mas aqui vai: um continuará dormindo, o outro jogando videogame. Ambos acreditam que emprego no Brasil é algo que se conquista por mérito. Nenhum deles saberá resolver o menor dos problemas que chegarem ao gabinete. Menos ainda entenderão a dificuldade que jovens e pais de família enfrentam para conseguir um trabalho que pague R$ 1.500,00 — um valor que é apenas uma fração do que receberão todos os meses durante quatro anos.
4. Por último, por que o prefeito nomeou esses rapazes?*
Poupem-me! "Andrei está sendo Andrei", e está deixando claro para a Bahia inteira que não entende nada de gestão pública ou privada.
E o pior: ele está praticando o maior clientelismo da história política de Juazeiro, literalmente "dando" altos cargos em troca de apoios recebidos durante a eleição, sem qualquer critério. Quando o prefeito nomeia um doutorando com experiência em gestão pública para ajudá-lo, isso é completamente diferente de nomear um jovem que terá seu primeiro emprego com um salário de R$ 15 mil.
Sempre usei uma máxima durante meus 20 anos em cargos de comando: "Para me assessorar, dirigir ou gerenciar, é preciso saber tanto quanto ou mais do que eu". Isso justifica a nomeação de pessoas com experiência em gestão pública para assessorar o prefeito. Fora disso, é puro clientelismo.
Portanto, quando o prefeito nomeia um jovem para assessorá-lo, ele está admitindo saber menos do que o próprio rapaz.
Última pergunta: (em tom de desespero de alguém preocupado com Juazeiro): "Você toparia ser secretária ou assessora na atual gestão?"
Não! Ave Maria, três vezes! Bato na madeira, rezo o Pai Nosso e declamo em voz alta o Salmo 91! Está repreendido!
Concluo repetindo o título deste texto: o jovem foi nomeado porque "Andrei está sendo Andrei".
Entendedores entenderão.
Célia Regina Carvalho
Bancada "Se essa rua fosse minha"
Eleitora de Juazeiro
Não
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