(*) Taciano Medrado
A grande polêmica envolvendo o uso de carros de sons e paredões em bares e nas ruas das cidades continua. Afinal quem pratica esse tipo de atitude está infringindo a lei do silêncio, mas como nesse pais as leis são ineficazes, então cada cidadão se defende como pode. Em Juazeiro, no norte da Bahia, a exemplo das demais cidades a chamada Lei do Silencio só existe no papel, pois na prática não funciona.
Os paredões de som e o uso abusivo de equipamentos sonoros em automóveis representam uma prática que, em vez de promover entretenimento, transforma-se em um símbolo de desrespeito à coletividade. Apesar de ser regulamentado por legislações como a Lei do Silêncio, a eficácia dessas normas é frequentemente questionada, revelando um cenário de negligência, falta de fiscalização e ausência de conscientização social.
O impacto dessas práticas é devastador. Para muitos, o som excessivo, que ultrapassa limites aceitáveis de decibéis, transforma noites em insônia e prejudica a saúde mental e física. Estudos apontam que a exposição contínua ao ruído excessivo pode causar estresse, hipertensão e até mesmo danos auditivos permanentes. Moradores de bairros periféricos e cidades menores são frequentemente as maiores vítimas, já que a fiscalização é mais precária nessas regiões.
A Lei do Silêncio, embora bem-intencionada, esbarra em desafios que comprometem sua aplicação. Falta de equipamentos adequados, como medidores de decibéis, e a escassez de fiscais treinados contribuem para a impunidade. Além disso, a leniência das autoridades muitas vezes reflete a pressão de grupos econômicos que lucram com a venda e manutenção desses equipamentos de som.
Outro fator crucial é a cultura de normalização do desrespeito. Muitos enxergam os paredões como uma expressão de lazer ou status, sem considerar o impacto que causam. A conscientização é praticamente inexistente, e campanhas educativas que abordem o problema são raras. Sem um esforço coletivo para mudar percepções e comportamentos, a situação tende a piorar.
Há, contudo, soluções possíveis. Fortalecer a fiscalização e aplicar penalidades severas aos infratores são passos necessários, mas insuficientes sem a participação ativa da sociedade. Educação é a chave. É preciso sensibilizar as pessoas para a importância do respeito mútuo, promovendo a ideia de que o direito ao lazer não pode se sobrepor ao direito à tranquilidade.
O desafio está em equilibrar o desejo de diversão com a preservação da qualidade de vida nas comunidades. Enquanto não houver um compromisso sério de todas as partes — poder público, sociedade e até mesmo os adeptos dessa prática —, os paredões de som continuarão a ecoar como um reflexo de nossa incapacidade de construir um espaço verdadeiramente democrático e respeitoso para todos.
Pense nisso antes de importunar o sossego alheio!
(*) Professor e Psicopedagogo
Não
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