Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher serão as primeiras reféns a serem libertadas — Foto: Divulgação
rês reféns israelenses foram libertadas pelo grupo terrorista Hamas neste domingo (19), em meio a uma comoção nacional.
A liberação faz parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, que entrou em vigor neste domingo (19) após uma complicada negociação e pode colocar fim a uma das guerras mais longa dos últimos anos.
As três mulheres libertadas são:
Romi Gonen, 24 anos: ela foi sequestrada em uma emboscada enquanto tentava deixar o festival Supernova.
Emily Damari, 28 anos: a jovem possui nacionalidade britânica-israelense e foi sequestrada no Kibutz Kfar Aza, no sul de Israel.
Doron Steinbrecher, 31 anos: enfermeira veterinária que também morava em Kfar Aza e foi rendida dentro do próprio apartamento.Foram 471 dias de agonia até que as três mulheres fossem libertadas. Entre elas, a britânica israelense
Emily Damari, de 28 anos, chegou a perder dois dedos durante o ataque de outubro de 2023, quando foi sequestrada no sul de Israel.
Já Romi Gonen, de 24 anos, levou um tiro no braço quando foi sequestrada em uma emboscada, enquanto tentava deixar o festival Supernova.
O exército israelense informou que as três mulheres devem permanecer no Hospital Infantil Safra, no Centro Médico Sheba, nos próximos dias. Elas serão examinadas por uma equipe médica especial e receberão roupas novas, artigos de higiene, cuidados de beleza e refeições especialmente preparadas.
Em pronunciamento, o médico Yael Frenkel Nir, diretor do hospital Sheba Medical Center, afirmou que a condição médica das três mulheres está estável e permitiu que elas focassem em reencontrar seus familiares, indicando que nenhuma delas precisou de tratamento de emergência.
Depois de terem sido entregues para a Cruz Vermelha, as reféns libertadas foram encaminhadas para o ponto de recepção inicial no sul de Israel, onde se reuniram com suas mães. Os demais membros da família deverão encontrar com as três mulheres no hospital.
Em pronunciamento após o reencontro com sua filha, Mandy Damari — mãe da britânica-israelense Emily Damari — se emocionou ao agradecer a todos os que "nunca pararam de lutar" para encontrar a jovem. Esse foi o primeiro reencontro das duas em 471 dias.
"Quero agradecer a todos que nunca pararam de lutar por Emily durante essa provação horrenda e que nunca pararam de dizer seu nome. Em Israel, na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos e em todo o mundo. Obrigada por trazerem Emily para casa", escreveu.
"Enquanto o pesadelo de Emily em Gaza acabou, para muitas outras famílias a espera impossível continua. Cada último refém deve ser libertado, e ajuda humanitária deve ser fornecida aos reféns que ainda estão esperando para voltar para casa. Pedimos que a mídia respeite a privacidade de Emily e da nossa família durante esse período", completou.
A família de Doron Steinbrecher também comemorou o retorno dela a Israel. A mãe da jovem também agradeceu o apoio das autoridades ao longo dos últimos ano.
"Depois de 471 dias insuportáveis, nossa amada Dodo finalmente retornou aos nossos braços. [...] Um agradecimento especial ao povo de Israel por seu caloroso abraço, apoio inabalável e pela força que nos deram durante nossos momentos mais sombrios", escreveu.
A liberação das três reféns faz parte da primeira etapa do acordo de cessar-fogo em Gaza, negociado com Israel. O país teve ajuda de mediadores internacionais, como Estados Unidos, Catar e Egito.
No total, 33 reféns serão libertados pelo Hamas ao longo dos próximos dias. O próximo grupo deve ser libertado no próximo sábado (25).
Segundo o governo israelense, a expectativa é que três a quatro reféns mantidos em Gaza serão liberados a cada semana durante os primeiros 42 dias do acordo.
Em troca, Netanyahu vai libertar 95 prisioneiros palestinos, a maioria composta por mulheres e menores de idade. Até às 22h40 do horário local (17h40 no horário de Brasília) deste domingo, no entanto, ninguém havia sido solto. O país também deve recuar suas forças militares na Faixa de Gaza.
Palestinos voltam para casa
Mesmo antes do cessar-fogo entrar em vigor, dezenas de milhares de palestinos deslocados começaram a retornar para casa. Com seus pertences, pegaram as estradas em caminhonetes, carroças puxadas por burros e a pé, no norte e no sul da Faixa de Gaza.
Ao chegar em Gaza, no entanto, encontraram um cenário de devastação, com centenas de prédios destruídos e escombros pelas ruas. A multidão, faminta, agora também deve enfrentar as dificuldades que virão com a falta de água e energia elétrica. Hospitais e escolas também não estão funcionando.
Com a chegada dos palestinos, mais caminhões de ajuda humanitária foram liberados para entrar no território.
Acordo de cessar-fogo
A negociação para um acordo entre Israel e Hamas durou mais de seis meses. Entenda abaixo o acordo feito entre Israel e Hamas e quais serão as próximas etapas.
1ª etapa: cessar-fogo e liberação de reféns
Neste domingo (19):
O cessar-fogo deveria começar às 8h30 no horário local (3h30 no de Brasília), mas atrasou após o Hamas não divulgar quais reféns seriam libertados.
As reféns israelenses foram entregues por Hamas para a Cruz Vermelha por volta das 16h no horário local (11h de Brasília).
Na sequência, Israel entregará aproximadamente 90 prisioneiros palestinos. A lista não inclui nenhuma liderança do Hamas ou de outros grupos terroristas. Muitos são mulheres, crianças e outras pessoas que foram detidas recentemente e não foram julgadas.
Ao longo da primeira semana
No sábado (25), o Hamas entrega mais 5 mulheres israelenses vivas.
No mesmo dia, Israel, em troca, entrega até 250 palestinos (entre 30 a 50 para cada refém).
Os moradores do norte de Gaza poderão retornar a seus locais de origem, mas sem portar armas;
Tropas israelenses se retirarão do corredor Netzarim, a via principal de Gaza;
A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, voltará gradualmente a operar, permitindo a passagem de pessoas doentes para tratamento fora do enclave;
Será permitido o aumento da entrada de ajuda humanitária a Gaza. A expectativa é que 600 caminhões possam entrar por dia, o triplo do máximo atingido durante o conflito.
Nas semanas seguintes
Ocorrem liberações periódicas pelos dois lados, até um total de 33 reféns israelenses — vivos ou mortos — e quase 2 mil palestinos (1.167 detidos em Gaza desde o início da guerra e 737 remanescentes detidos antes de 8 de outubro de 2023).
2ª etapa: liberação de mais reféns, fim das hostilidades e saída de Gaza
A expectativa é que os demais reféns israelenses vivos — em geral, soldados e civis jovens do sexo masculino —, e os corpos dos que morreram sejam devolvidos. Segundo o jornal israelense Haaretz, são 98 pessoas, 36 delas, mortas.
Em troca, Israel deve sair completamente da Faixa de Gaza, permanecendo ao longo da fronteira para proteger as cidades e vilarejos fronteiriços de Israel.
3ª etapa: reconstrução de Gaza e devolução de corpos
Negociações sobre a reconstrução de Gaza, que poderia levar anos. Há, porém, um debate sobre quem governaria a região: Israel não aceita que seja o Hamas, que hoje controla o enclave (leia mais abaixo).
Devolução de todos os demais corpos de reféns.
E quem ficará no poder?
Quem administrará Gaza após a guerra é uma incógnita. Parece que essa questão foi deixada de fora da proposta atual devido à sua complexidade e à probabilidade de atrasar um acordo limitado.
A comunidade internacional insiste que Gaza deve ser administrada pelos palestinos, mas esforços para encontrar alternativas entre líderes da sociedade civil ou clãs locais têm sido amplamente infrutíferos.
No entanto, houve discussões entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos sobre uma administração provisória para governar Gaza até que uma autoridade palestina reformada possa assumir o controle.
Guerra na Faixa de Gaza
O conflito na Faixa de Gaza foi intensificado em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas fizeram uma invasão inesperada ao sul de Israel, matando mais de 1.200 pessoas e sequestrando mais de 200. No mesmo dia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas, que governava a Faixa de Gaza.
Ao longo de mais de um ano de guerra, bombardeios de Israel e incursões terrestres mataram cerca de 48 mil palestinos, segundo o Hamas, muitos dos quais eram civis, mulheres e crianças. As ações militares também reduziram grandes áreas da Faixa de Gaza — principalmente no norte — a escombros e causaram uma crise humanitária envolvendo toda a população de 2,3 milhões de habitantes do território.
G1 - Mundo
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