Passados 19 dias da nova gestão municipal em Juazeiro no norte da Bahia o jogo do empurra-empurra já começou. O imbróglio começou logo no dia 01 de janeiro de 2025, quando em discurso de posse o prefeito eleito e recém empossado Andrei Gonçalves declarou de forma peremptória que Juazeiro era a quinta cidade mais endividada da Bahia e a décima do Brasil, e que a divida ultrapassava mais de 300 milhões de reais.
O imbróglio
O imbróglio
Tal declaração gerou um verdadeiro reboliço e acusações de lado a lado. Em nota a ex-prefeita Suzana Ramos rebateu e se defendeu das acusações do seu sucessor, alegando que a divida de mais de 300 milhões de reais já existiam e foi herdada de gestões passadas.
Suzana Ramos, esclareceu que ao assumir a gestão de Juazeiro em 2021 já recebeu o município endividado com uma dívida herdada no valor de R$ 320.496.712,27, sendo R$ 228.881.781,03, referentes ao saneamento, e durante os quatro anos da sua gestão adotou medidas rigorosas de gestão fiscal e financeira, que resultaram na redução de aproximadamente R$ 90 milhões da dívida pública do município.
A prefeita lembrou que por meio de uma negociação histórica, Suzana Ramos reestruturou a dívida para pagamento em 10 anos, com quitação prevista para 2030, e que ao longo de sua administração, a gestão foi capaz de pagar um valor significativo dessa dívida, enquanto continuava investindo em infraestrutura, saúde, educação e assistência social, promovendo o maior número de obras com recursos próprios na história de Juazeiro.
Nesse domingo, o ex-prefeito de Juazeiro, Paulo Bomfim, que governou Juazeiro entre 2017 e 2020, usou a imprensa para, segundo ele desmenti a ex-prefeita Suzana Ramos.
Segundo Paulo Bomfim a sua gestão deixou a prefeitura com milhões em conta, salários e fornecedores em dia, e que a ex-prefeita Suzana Ramos agora foi exatamente o contrário.
O ex-prefeito Paulo Bomfim, que teve o seu filho agraciado com um cargo de assessor especial, cujo salário chega a R$ 15.00,00, alfinetou a ex-prefeita dizendo que nada realizou pelo povo de Juazeiro, e que sucateou o SAAE, abandonou obras, causou estragos na saúde e endividou até a educação, mesmo tendo recebido mais de 200 milhões a mais na gestão dele.
Segundo nota da sua Assessoria, o ex-prefeito Paulo Bomfim trouxe ainda dados sobre setores da administração: "Suzana recebeu a Educação com dinheiro em conta e sem um real de divida. O atual prefeito recebeu dela com 30 milhões em dívidas. Na saúde, não pagou os salários de dezembro dos trabalhadores e o 13º dos servidores temporários, além de deixar dívidas milionárias com fornecedores. Um absurdo!", disse.
O ex-prefeito fez ainda um alerta sobre os danos causados por Suzana para o futuro: "Em toda sua história, o IPJ teve 6 parcelamentos no patronal. Suzana não pagou sequer um mês, parcelou durante toda gestão, fez 13 reparcelamentos não honrados e acumulou dívidas de mais de 78 milhões, comprometendo o futuro dos servidores municipais e a administração atual", afirmou.
Paulo Bomfim ainda enfatizou o acerto da gestão Andrei Gonçalves em cancelar o carnaval: "O prefeito está agindo com responsabilidade, recebeu o município com problemas em todos os segmentos, salários em atraso e zela pelo interesse público. Cancelar a festa foi um grande acerto", declarou.
De uma coisa é certa, independentemente da culpabilidade, os responsáveis pela maior divida da história do munícipio de Juazeiro recai sobre todos, sem distinção, que já sentaram na cadeira de prefeito de quinta maior cidade em termos demográficos da Bahia.
Nessa imbróglio de dívidas não há "santinhos" todos são pecadores, afinal de contas quando um cidadão é eleito prefeito ele herda os bônus e os ônus.
Como sempre a corda arrebenta do lado mais fraco, vai continuar sobrando para a população que continuará sofrendo os reflexos desse endividamento.
Nessa imbróglio de dívidas não há "santinhos" todos são pecadores, afinal de contas quando um cidadão é eleito prefeito ele herda os bônus e os ônus.
Como sempre a corda arrebenta do lado mais fraco, vai continuar sobrando para a população que continuará sofrendo os reflexos desse endividamento.
Por fim, que Deus ilumine o atual prefeito Andrei Gonçalves para que ele possa fazer uma administração transparente, austera e que envide esforços de minimizar esse grande rombo nos cofres da prefeitura.
(*) Professor e Analista político
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