EDITORIAL DE ANIVERSÁRIO: Jornalismo no Brasil: Em Defesa da Democracia ou de Ideologias Político-Partidárias?


(*) Taciano Medrado

Olá carissimo(a)s leitore(a)s,  

Nesse domingo 09 de fevereiro de 2019, eu publicava a nossa primeira matéria dando início ao blog do professor Taciano Medrado (https://www.professortacianomedrado.com/), hoje, TMNews do Vale,  e mesmo sem patrocínio ( com exceção de 4 colaboradores) alcançamos os 06 anos. 

Em um país onde a cultura, a educação, a segurança pública, a saúde,   e a informação são relegadas a segundo plano,  em detrimento aos interesse mesquinhos e inescrupulosos da  "podre" politica, sobreviver , em todos os sentidos, é um grande desafio.

O jornalismo é frequentemente chamado de o "quarto poder" em uma democracia, dada sua influência sobre a opinião pública e sua capacidade de fiscalizar os demais poderes. No Brasil, no entanto,  esse papel tem sido alvo de intensos debates, especialmente diante da polarização política que tomou conta do país nos últimos anos. O jornalismo brasileiro está, de fato, em defesa da democracia ou apenas alinhado a interesses ideológicos e político-partidários?

Historicamente, a imprensa teve um papel fundamental na construção da democracia no Brasil. Durante a ditadura militar (1964-1985), jornais como O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo enfrentaram a censura e denunciaram abusos do regime. No entanto, com a redemocratização, a relação da imprensa com o poder passou a ser cada vez mais questionada, especialmente à medida que os veículos de comunicação se tornaram grandes corporações com interesses próprios.

A partir dos anos 2000, com o avanço das novas tecnologias e das redes sociais, a mídia tradicional perdeu seu monopólio sobre a informação. Isso gerou uma nova dinâmica, onde jornalistas passaram a disputar espaço com influenciadores, blogueiros e produtores independentes de conteúdo. Nesse cenário, a credibilidade dos veículos tradicionais começou a ser colocada em xeque, principalmente devido às suas escolhas editoriais e abordagens enviesadas.

O fenômeno da polarização política no Brasil exacerbou essa crise de credibilidade. A cobertura jornalística muitas vezes parece pender para determinados lados do espectro político, seja por interesses financeiros, seja por alinhamento ideológico das redações. A forma como determinados temas são abordados, a escolha das fontes entrevistadas e até mesmo o tom das manchetes indicam, frequentemente, um viés interpretativo que ultrapassa a mera narração dos fatos.

Enquanto alguns veículos se posicionam como defensores da democracia, alegando combater discursos autoritários e a desinformação, outros acusam esses mesmos veículos de distorcerem a realidade para favorecer determinados grupos políticos. A imparcialidade, princípio fundamental do jornalismo, se tornou um ideal cada vez mais distante, e o público percebe isso. O resultado é uma crescente desconfiança na grande mídia e o fortalecimento de alternativas informativas que muitas vezes carecem de rigor jornalístico, alimentando um ciclo vicioso de desinformação.

A questão central, portanto, não é se o jornalismo deve ou não ter uma postura crítica em relação ao poder – afinal, essa é uma de suas funções primordiais. O problema reside na seletividade dessa crítica e na inconsistência na aplicação dos princípios jornalísticos. Se o compromisso da imprensa é com a verdade e a democracia, ele deve se manifestar independentemente de quem está no poder. Caso contrário, o jornalismo deixa de ser um pilar democrático e se transforma em um instrumento de disputa político-partidária.

O jornalismo brasileiro enfrenta um dilema: ou resgata sua credibilidade e compromisso com a informação imparcial, ou corre o risco de se tornar irrelevante diante da crescente fragmentação do ecossistema midiático. 

Em tempos de crise democrática, a sociedade precisa mais do que nunca de uma imprensa que atue com responsabilidade e independência, e não como um braço de qualquer ideologia ou grupo político.

(*) Professor e redator-chefe do TMNews do Vale e colunista do site carioca O Boletim

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