(*) Taciano Medrado
O Poder Judiciário é um dos pilares fundamentais da democracia e do Estado de Direito, responsável por interpretar e aplicar as leis de maneira justa e imparcial. No entanto, no Brasil, esse poder tem sido frequentemente alvo de críticas devido a decisões controversas que geram insegurança jurídica, desconfiança popular e questionamentos sobre a real imparcialidade da justiça.
Uma das principais críticas ao Judiciário brasileiro reside na falta de previsibilidade e coerência em suas decisões. Casos semelhantes podem receber sentenças completamente diferentes, dependendo do juiz ou tribunal que os julga. Essa inconsistência compromete a segurança jurídica e dá margem para interpretações de que a justiça não está sendo aplicada de maneira igualitária para todos.
Outro ponto de grande polêmica envolve a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que, em diversas ocasiões, tem assumido um protagonismo questionável no cenário político.
O STF, que deveria ser o guardião da Constituição, muitas vezes decide sobre questões que ultrapassam a esfera jurídica e adentram o campo da política, interferindo diretamente em decisões do Legislativo e do Executivo. Isso levanta o debate sobre a judicialização da política e a politização da justiça.
Além disso, há críticas quanto à morosidade do sistema judiciário brasileiro. Processos que se arrastam por anos, quando não décadas, demonstram uma ineficiência que prejudica a população e favorece aqueles que possuem recursos para prolongar litígios. O excesso de instâncias recursais e a burocracia processual contribuem para um cenário onde a justiça, muitas vezes, falha em cumprir seu papel de maneira célere e eficaz.
Outro fator que gera questionamentos é a seletividade nas decisões judiciais. Há casos de políticos e empresários poderosos que conseguem reverter condenações ou obter benefícios processuais que dificilmente são concedidos a cidadãos comuns. Essa percepção de dois pesos e duas medidas alimenta a desconfiança na imparcialidade do Judiciário e reforça a noção de que a justiça brasileira favorece os mais privilegiados.
O ativismo judicial também é um fenômeno que gera debates acalorados. Em diversas ocasiões, juízes e tribunais tomam decisões que não encontram respaldo claro na legislação vigente, mas que refletem interpretações subjetivas ou alinhamentos ideológicos. Isso coloca em xeque a separação dos poderes e a função do Judiciário como intérprete da lei, não como legislador.
Diante desse cenário, a necessidade de uma reforma no sistema judiciário brasileiro se torna evidente. É fundamental garantir maior previsibilidade nas decisões, reduzir a morosidade dos processos, aumentar a transparência nos julgamentos e fortalecer mecanismos de controle para evitar interferências políticas no Judiciário. Apenas com essas mudanças será possível restaurar a credibilidade da justiça perante a sociedade e garantir que todos sejam julgados de forma equitativa e imparcial.
O Judiciário brasileiro precisa urgentemente recuperar a confiança da população, pois sem um sistema judicial sólido e respeitável, a democracia e o Estado de Direito ficam fragilizados. A transparência, a coerência e a imparcialidade devem ser princípios norteadores de um Judiciário que verdadeiramente sirva ao interesse público e não a interesses particulares ou políticos.
(*) Professor, redator-chefe e analista político
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