Não acredite nos políticos: no final, vocês verão que são todos iguais

 


(*) Taciano Medrado

Olá Caríssimo(a)s  leitore(a)s,

Ao lerem esse meu artigo crítico muitos haverão de dizer que estou sendo demasiadamente "generalista" e colocando toda a classe política no mesmo balaio de gatos. 

Posso até estar sendo, de fato, generalista, mas ao  longo dos meus 63 anos de idade, destes 48 acompanhado a política da minha cidade, do meu estado e do Brasil não tenho outra opinião que não seja essa. 

O discurso da classe política sempre se renova, mas a prática raramente muda. A cada ciclo eleitoral, surgem rostos novos e promessas antigas, vendidas com um verniz de inovação e esperança. No entanto, basta alguns meses após a posse para que o eleitor perceba que caiu, mais uma vez, na mesma armadilha. 

A realidade nua e crua é que os políticos, independentemente de partido, ideologia ou origem, tendem a se comportar da mesma forma quando alcançam o poder. E a pergunta que fica é: por quê?

A resposta passa por diversos fatores, mas um dos principais é o sistema político e institucional que molda o comportamento dos eleitos. Políticos não governam sozinhos; eles fazem parte de uma engrenagem que exige alianças, concessões e acomodações. 

O idealismo de campanha rapidamente se choca com a necessidade de negociar cargos, emendas e projetos. Aqueles que se recusam a jogar esse jogo são engolidos pelo sistema ou caem no ostracismo.

Outro ponto crucial é a cultura de impunidade e clientelismo que impera no  país. O eleitor, frequentemente desiludido e carente de melhorias rápidas, acaba se conformando com políticas populistas ou assistencialistas que garantem o mínimo necessário para a sobrevivência, mas não promovem transformações estruturais. Os políticos, cientes desse ciclo vicioso, exploram a desinformação e a desesperança para perpetuar seus mandatos e lança mão do badalada e surrada política do pão & circo.

Mesmo aqueles que entram na política com intenções genuinamente boas se vêm, cedo ou tarde, diante de escolhas difíceis. Para aprovar um projeto necessário, precisam ceder em outros pontos; para manter alianças, precisam silenciar diante de corrupção ou ineficiência. 

Aos poucos, a distinção entre o "novo" e o "velho" político se dissolve, e tudo volta ao mesmo padrão de sempre.

E o eleitor, nesse cenário? Muitos se revoltam, alguns se acomodam, mas a maioria acaba repetindo o mesmo padrão nas eleições seguintes: votando em o "menos pior", acreditando em "outsiders" ou simplesmente desistindo de participar do processo político. Essa ciclicidade é um dos maiores trunfos do sistema, que se alimenta da desesperança e do conformismo.

A solução para esse dilema passa por uma sociedade mais consciente e exigente, que fiscalize e cobre resultados concretos. 

A mudança não virá de salvadores da pátria, mas de uma população que entenda seu papel como agente fiscalizador e pressionador de seus representantes. 

Até lá, a velha máxima seguirá verdadeira: não acredite nos políticos, porque no final, você verá que são todos iguais.

(*) Professor e analista político


Não deixe de curtir nossa página Facebook e também Instagram para acompanhar  mais notícias do TMNews do Vale (Blog do professor TM)

 

AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do TMNews do Vale (Blog do professor TM) Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.

Faça um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem