Custo médio de tratamento da tuberculose chega à quase R$ 11 mil no SUS

Crédito: Divulgação/Freepik

Embora a tuberculose seja frequentemente vista como uma doença do passado, ela ainda acomete muitas pessoas. A doença foi amplamente controlada em muitos países, mas continua a ser um problema de saúde pública, inclusive no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2023 e os primeiros meses de 2024, foram registrados 8.375 óbitos por tuberculose no SUS (Sistema Único de Saúde), sendo 6.025 em 2023 e 2.350 em 2024. A região Sudeste concentrou 43% das mortes (3.596), com destaque para São Paulo (1.848) e Rio de Janeiro (1.081).

Ainda de acordo com a pasta, no mesmo período, o Sistema de Informações Hospitalares (SIHSUS) registrou 51.190 internações, sendo os estados com maior número de hospitalizações: São Paulo (15.551), Rio de Janeiro (7.338), Minas Gerais (3.439), Pernambuco (2.624) e Paraná (2.306).

Neste mês, a data de 24 de março é marcada como Dia Mundial de Combate à Tuberculose e o cenário da doença no Brasil traz um alerta de que é preciso fazer muito para esse enfrentamento. Estudo desenvolvido pelo Instituto Gonzalo Muniz, braço da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia, aponta que as atuais políticas públicas em curso no Brasil não serão suficientes para que o país atinja as metas fixadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) voltadas para a eliminação da tuberculose, que são, em 2035, reduzir em 95% a mortalidade e em 90% o número de casos; e, em 2045, exterminar a doença.

O tratamento da tuberculose envolve o uso prolongado de medicamentos e acompanhamento médico, com custos significativos. Por meio de seu banco de dados, a Planisa - líder em soluções para gestão de custos na saúde na América Latina – apurou os custos dos pacientes do SUS, que foram codificados por meio da SIGTAP (Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais) no código do procedimento: 03.03.01.021.5 – Tratamento de Tuberculose (A15 a A19). O SIGTAP registra e classifica os procedimentos realizados no âmbito da saúde pública no Brasil, sendo fundamental para o controle, a gestão e o pagamento de serviços de saúde no SUS.

O estudo da Planisa analisou181 pacientes e o custo médio chegou a R$ 10.906 por tratamento, evidenciando a carga financeira significativa para os sistemas de saúde pública. “O custo por paciente pode variar amplamente, dependendo da gravidade da doença e do contexto local. Os tratamentos podem durar de seis meses a dois anos, exigem recursos consideráveis, incluindo medicamentos de primeira e segunda linha; diagnósticos laboratoriais, como cultura de escarro e exames moleculares; e internações hospitalares em casos graves”, fala o diretor de Serviços da Planisa e especialista em custos hospitalares, Marcelo Tadeu Carnielo.

Um estudo feito por pesquisadores da Fiocruz Bahia, e publicados no periódico The Lancet Regional Health – Americas, em novembro de 2024, mostrou que o custo total da tuberculose para o sistema de saúde pública entre 2015 e 2022 foi de aproximadamente US$ 1,3 bilhão. Embora os custos tenham variado de acordo com cada população, a atenção é atraída para os gastos com casos de retratamento, totalizando US$ 23,5 milhões. “É importante notar que esse valor não considera o custo do primeiro tratamento para cada paciente. Além disso, uma grande parte dos casos de retratamento apresentou LTFU (Long-Term Follow-Up, que significa "seguimento a longo prazo”) como o resultado do tratamento anti-tuberculose, potencialmente representando uma grande barreira para a sustentabilidade do sistema de saúde”, salienta a pesquisa.

Custos indiretos: Impacto econômico e social

O diretor de Serviços da Planisa lembra que a tuberculose também acarreta custos indiretos, que podem ser ainda mais expressivos. “Há a perda de renda, pois os pacientes. muitas vezes. são afastados do trabalho durante o tratamento, o que afeta diretamente sua renda familiar; há o impacto na produtividade, uma vez que a doença reduz a capacidade de trabalho dos indivíduos, afetando a economia em geral; além das sequelas e custos futuros, já que casos avançados podem deixar sequelas permanentes, exigindo tratamentos de longo prazo e aumentando os gastos com saúde”, lista.

Desafios no controle de custos

Carnielo pontua que, apesar da disponibilidade de tratamentos gratuitos em muitos países, como o Brasil, a falta de diagnóstico precoce e a adesão inadequada ao tratamento aumentam os custos. “Além disso, a resistência bacteriana eleva o preço das medicações e prolonga o tempo necessário para a cura”, conclui.

Sobre a Planisa

Com 36 anos de atuação, a Planisa é líder em soluções para gestão de custos na saúde na América Latina e detém a maior base de dados de custos de hospitais do Brasil. A empresa oferece soluções tecnológicas e serviços de consultoria especializados no setor de saúde, conectando dados assistenciais e econômicos com inteligência para otimizar a gestão dos cuidados de saúde. Atuando no Brasil e em outros países da América do Sul e África, a Planisa gerenciou R$ 33 bilhões em custos hospitalares nos últimos 12 meses, com uma carteira de cerca de 350 clientes.

Assessoria de Imprensa da Planisa

Predicado Comunicação

Não deixe de curtir nossa página Facebook e também Instagram para acompanhar  mais notícias do TMNews do Vale (Blog do professor TM)

 

AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do TMNews do Vale (Blog do professor TM) Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.

Faça um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem