Muitos me rotulam de ateu e de não acredite em Deus, só pelo fato de não viver enfurnado dentro de uma igreja, seja católica ou evangélica, rezando. Julgamento hipócrita!
Acredito em Deus muito mais do que os carolas (O mesmo que: beatificados, beatos, bestuntos, bem-aventurados), e os fanáticos religiosos.
Vivemos em uma sociedade que ainda insiste em rotular as pessoas de maneira simplista. A crença ou a não crença é colocada em uma balança, como se a espiritualidade humana pudesse ser medida de forma tão linear. Quando alguém diz que não pertence a nenhuma religião, imediatamente surgem suposições: "Ah, então você é ateu?" Ou ainda, "Falta fé em você!" Mas é aqui que mora um equívoco profundo. Não fazer parte de nenhuma religião não significa ser ateu.
Há uma diferença significativa entre religiosidade e espiritualidade, entre pertencer a uma instituição religiosa e acreditar em algo maior. Muitas pessoas se afastam das religiões organizadas não por falta de fé, mas por excesso de reflexão. Elas questionam, pensam, não aceitam verdades impostas sem antes compreender o que essas "verdades" realmente significam. Algumas enxergam nas religiões uma estrutura que, em determinados momentos da história, mais oprimiu do que libertou. Mas isso não as torna descrentes.
Na verdade, existe uma espiritualidade silenciosa e genuína em muitas pessoas que não frequentam templos, que não seguem dogmas. Elas encontram o sagrado no olhar de um desconhecido, no vento que sopra ao final da tarde, na simplicidade do cotidiano. Algumas acreditam em Deus, mas não reconhecem esse Deus nas instituições religiosas. Outras, acreditam em uma energia maior, em leis universais que regem a vida com justiça e equilíbrio. E algumas simplesmente vivem de acordo com princípios éticos e morais, sem precisar de uma fé institucionalizada para agir com empatia, compaixão e respeito.
Por outro lado, há aqueles que se declaram religiosos, frequentam cultos, missas, rituais, mas não carregam em si a verdadeira prática do amor ao próximo, do perdão ou da humildade. A religião, por si só, não é um selo de bondade ou elevação espiritual. E não pertencer a uma religião não é sinônimo de vazio ou de niilismo.
É importante que possamos desconstruir essa visão limitada de que a religião é o único caminho para a espiritualidade. A fé é algo íntimo, particular. Ela não exige carteirinha de filiação, nem presença registrada. O essencial está no que se vive e se sente. E sim, não fazer parte de nenhuma religião não significa ser ateu. Significa, muitas vezes, buscar a espiritualidade de maneira livre, pessoal e consciente.
Precisamos superar essa necessidade de classificar uns aos outros de acordo com rótulos que, no fim das contas, dizem muito pouco sobre a essência de cada ser humano. O respeito à diversidade de crenças — ou não crenças — é o primeiro passo para construirmos um mundo verdadeiramente mais tolerante e justo.
(*) Professor e Psicopedagogo
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