O STF, o Congresso e as emendas


(*) Valter Bernart

A pergunta é mera retórica, mas por que os parlamentares não querem ter seus nomes revelados como patrocinadores das emendas coletivas?

Refiro-me à incansável saga dos senhores parlamentares em ludibriar, com seus arrazoados e jabutis, as predeterminações do STF, e em especial do ministro Flávio Dino, sobre a transparência e rastreabilidade das emendas parlamentares orçamentárias. Unindo as bancadas de esquerda e de direita, em um objetivo único, apartidário e de grande interesse próprio e, obviamente, não de interesse social ou nacional.

Os deputados e senadores não se envergonham de, escancaradamente, manter seu firme propósito de se assenhorear de bilhões do dinheiro público, quando, então, milhões de respingos dessa manipulação deverão molhar e irrigar interesses não tão democráticos, aliás, como se tem visto repetidamente.

A verdade é que o “Orçamento secreto”, tão criticado no governo Bolsonaro, voltou com Lula, usando maquiagem hollywoodiana, para ocultar a transparência e rastreabilidade das verbas transferidas.

Sem que haja nenhuma coincidência, os parlamentares convergem na mesma direção, sejam eles petistas, bolsonaristas ou do Centrão. Apenas dois partidos pequenos (PSOL e Novo) não concordaram com o ajustado pelo Congresso.

Precisamos botar a boca no trombone. Este Congresso desafia o STF e o povo brasileiro!

Nunca um salário mínimo foi suficiente para alimentar um trabalhador e muito menos sua família, mas para enriquecer os políticos, desembargadores e ministros, resumindo, as máfias do poder, dinheiro não falta.

O que falta para tudo é vergonha na cara. É respeito ao povo brasileiro! É honra, caráter, moral, honestidade e outras tantas coisas que alguns possuem e outros não e que foram adquiridas de graça, na família. Alguns aproveitaram, outros não.

Sim! Não há regime político melhor que a democracia, porém os chamados democratas poderiam tentar se aprimorar e evoluir enquanto espíritos e humanos com certeza.

“Eu estou aqui” foi a frase mais feliz para o início deste ano, e por que não ainda falar e expor sua indignação? Roubo vai continuar sendo roubo, a diferença é que um ladrão é eleito e o outro segue o exemplo deles.

Nessa mesma ocasião, Lula perguntou sobre a identidade dos pilantras que subiram o preço do ovo. Não teria sido mais eficaz e profícuo com a sociedade brasileira, perguntar quem são os congressistas pilantras que insistem em burlar a decisão do STF, exclusivamente para benefício próprio e em busca da preservação do poder e da grana?

A realidade é que dinheiro demais na mão de parlamentares resulta em farra e corrupção gigantesca. É tão explicativo e conclusivo que a maioria dos congressistas deixaria qualquer Fernandinho Beira Mar ruborizado.

Nossa democracia estica em muito a corda do suportável. De como uma quadrilha articulada se apossa do dinheiro público.

Molecagem é até uma palavra fraca que, apesar da crueza, faz com que esse Congresso ria muito desse embate.

De novo, lembro de Ulysses Guimarães quando disse:

“Este Congresso é ruim? Esperem o próximo”!

(*) Advogado, analista de TI e editor do site.

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