"Opositor político ideólogo, não é um inimigo"

 


(*) Taciano Medrado

Ao longo dos meus quase 64 anos de vida (18 de maio de 2025), acumulei inimizades e perdi muitos que se diziam serem meus "amigos", e até mesmo familiares, tudo por conta do meu posicionamento político-ideológico divergente.

Esse ano tomei a decisão de me tornar "apolítico", isso não significa dizer de que não continuarei de olho na política e  critico quando tiver que ser e vigilante nas  ações dos governos, sejam municipal, estadual ou  do presidente da república. Doa a quem doer! 

Vivemos tempos em que a política, ao invés de ser um espaço de construção coletiva e debate de ideias, tem se tornado um campo de batalhas, onde os opositores são tratados como inimigos e não como oponentes legítimos de um processo democrático saudável. No entanto, é preciso resgatar um princípio fundamental: o opositor político ideólogo não é um inimigo a ser eliminado, mas um interlocutor com quem se deve abrir um amplo espaço de diálogo, afinal mesmo nas divergências sempre haverá um ponto em comum.  

O ideólogo político, aquele que pensa, formula e defende suas ideias com certeza, está no exercício de um direito essencial em qualquer sociedade democrática: o direito à opinião, à expressão e à participação ativa nos rumores do país. Ao enxergá-lo como um inimigo, abrimos mão do diálogo e damos espaço à intolerância e ao radicalismo. Uma sociedade que não aceita opiniões razoáveis ​​é uma sociedade que fecha as portas para o desenvolvimento humano. 

O opositor político ideólogo cumpre um papel fundamental. Ele aponta erros, questiona decisões, propõe alternativas. Ele tensiona o debate, obriga quem governa ou quem tem uma visão diferente a refletir e, muitas vezes, a concordar. 

É esse debate de ideias que fortalece a democracia e garante que ela não seja um sistema de uma única voz, de um pensamento único, mas de uma maioria. 

Tratar o outro lado como inimigo transforma o debate político em guerra. E em uma guerra, não há espaço para construir consensos ou respeito à diversidade. O inimigo deve ser combatido, vencido ou destruído. Mas, no campo das ideias, não é assim que deve funcionar. O adversário deve ser respeitado, suas ideias devem ser ouvidas e confrontadas.

É importante lembrar que o verdadeiro inimigo da democracia não é o opositor ideológico, mas a intolerância, o ódio, a desinformação e o autoritarismo. Quando desumanizamos quem pensa diferente, corremos o risco de perder nossa própria humanidade e enfraquecer o tecido que sustenta a democracia: o livre arbítrio e o contraditório. 

(*) Professor e psicopedagogo

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