Prefeitos: Foco na gestão municipal, o povo em primeiro lugar, militância depois!

 


(*) Taciano Medrado

Faltam ainda quase 2 anos para as eleições de 2026,  quando deputados e senadores, governadores  e o presidente da republica irão tentar se reelegerem, e os burburinhos, as confabulações, o disse - me- disse, já começam a tomar corpo nas redes socias e pelos quatro cantos das cidades.

Nesse cenário, o papel dos prefeitos, como cabos eleitorais dos seus "caciques politiqueiros" tem um papel  estratégico, afinal eles são detentores do poder no município e receberam os apoios durante as campanhas municipais,  e em 2026 será a hora de retribuir os favores. 

Mas muito cuidado prefeitos! os senhores foram eleitos para atender aos anseios e as demandas do povo,  e os interesses dos seus deputados e senadores e governadores são antagônicos ao do povo .

A gestão municipal é a base da administração pública, o nível de governo mais próximo da população e aquele que lida diretamente com as necessidades diárias dos cidadãos. No entanto, em muitas cidades brasileiras, a política partidária e a militância ideológica acabam ofuscando a verdadeira missão de um prefeito: governar para todos, independentemente de bandeiras políticas.

Os prefeitos são eleitos para gerir cidades e melhorar a vida da população, e não para serem meros agentes de partidos ou grupos políticos. Quando a gestão é orientada pela militância em detrimento das necessidades reais da população, os serviços públicos se tornam secundários, dando lugar a disputas ideológicas que pouco contribuem para o bem-estar coletivo.

A administração municipal eficiente exige planejamento, competência e foco em políticas públicas que tragam resultados concretos. Saúde, educação, infraestrutura, segurança e geração de emprego são demandas urgentes que precisam de soluções práticas, não de discursos vazios e promessas eleitoreiras. No entanto, muitos prefeitos priorizam a fidelidade partidária em vez do compromisso com a população, transformando prefeituras em cabides de empregos para aliados políticos, comprometendo a qualidade da gestão pública.

Além disso, a falta de profissionalismo na gestão dos recursos públicos leva a desperdícios e ineficiência. O clientelismo político e o favorecimento de determinados grupos criam um cenário onde os interesses individuais se sobrepõem ao interesse coletivo. Isso resulta em cidades estagnadas, onde obras inacabadas, ruas esburacadas, hospitais sem estrutura e escolas sem professores se tornam a realidade cotidiana dos cidadãos.

Outro problema recorrente é a falta de transparência e prestação de contas. Muitas administrações municipais operam com pouca ou nenhuma participação popular, dificultando o acesso da população às informações sobre como os recursos estão sendo aplicados. Prefeitos que se escondem atrás de discursos ideológicos para justificar a ineficiência acabam alienando a população e perpetuando um ciclo de má gestão.

O verdadeiro líder municipal deve ter um compromisso inabalável com a melhoria da cidade e com a qualidade de vida dos cidadãos. A prioridade deve ser uma administração técnica e eficiente, com decisões baseadas em dados e na realidade local, e não em interesses políticos de curto prazo. Prefeitos que governam com responsabilidade, transparência e visão estratégica são aqueles que deixam um legado positivo para suas cidades.

A política é essencial para a democracia, mas deve ser instrumento para o bem comum, não um fim em si mesma. A gestão municipal deve ser feita com seriedade e comprometimento, colocando as necessidades do povo acima dos interesses de partidos ou ideologias. Somente assim será possível construir cidades mais desenvolvidas, inclusivas e com qualidade de vida para todos.

O desafio para os eleitores é cobrar essa postura dos seus governantes e evitar cair na armadilha dos discursos inflamados, mas vazios de propostas concretas. Prefeitos comprometidos com o bem comum são aqueles que entendem que a gestão vem antes da militância e que, no final das contas, o que realmente importa é fazer a cidade funcionar para todos os seus habitantes.

(*) Professor e analista político

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