PSD é o partido com maior divisão entre deputados pró e contra anistia, mostra ‘Placar do Estadão’


O PSD, de Gilberto Kassab, é o partido do Centrão que tem a divisão mais clara entre parlamentares com posição abertamente favorável ou contrária à anistia aos condenados do 8 de Janeiro, projeto de lei que repousa na Câmara dos Deputados, segundo dados do Placar da Anistia do Estadão.

Por isso, a bancada desse partido é uma das mais disputadas entre integrantes do PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.  As duas siglas correm para conquistar o apoio de cada congressista.  

Neste momento, dentro da sigla, 15 deputados apoiam, sete são rejeitam e 10 não quiseram responder – outros 12 ainda não responderam. Em comparação, nenhuma outra legenda do Centrão tem mais do que três deputados avessos à anistia entre seus correligionários.

Bolsonaro já afirmou em diferentes oportunidades que Kassab apoia a anistia. Neste sábado, 29, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), manifestou “gratidão” ao PSD pelo apoio ao projeto.

Sóstenes afirmou que Reinhold Stephanes Jr. (PSD-MG), vice-líder do partido na Casa, apoiou o requerimento de urgência (procedimento para acelerar a tramitação) do projeto de lei. Líderes do PSD, porém, dizem que foi um movimento isolado do parlamentar, fortemente ligado à pauta da direita bolsonarista.

Do outro lado, petistas apostam nas alianças estaduais construídas pelo PSD para assegurar a rejeição à anistia entre deputados da bancada.

Em lugares como a Bahia, governada pelo PT, o PSD é o principal aliado da sigla. A bancada do partido no Senado, por exemplo, é composta por dois pessedistas, tendo o próprio Otto Alencar (PSD-BA) ocupado a liderança do governo interinamente no final do ano passado.

É esse Estado, aliás, com mais parlamentares do PSD contrários à anistia. Quatro deles são baianos: Otto Alencar Filho, Diego Coronel, Charles Fernandes e Gabriel Nunes. São também contrários Luiz Fernando Faria (MG), Laura Carneiro (RJ) e Sidney Leite.Como mostrou o Estadão, o PT vê com “preocupação” a possibilidade de a Câmara aprovar a anistia aos presos do 8 de Janeiro. Lindbergh Farias (RJ), líder do partido na Casa, manifestou o sentimento após ver o Placar da Anistia do Estadão, que mostra que 191 dos 513 deputados apoiam abertamente o perdão aos envolvidos nos atos golpistas que vandalizaram a sede dos Três Poderes.

A sigla também está preocupada com o texto do atual relatório da anistia, que poderia ajudar Bolsonaro, que se tornou réu nesta última quarta-feira, 26, por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.A proposta encampada pelos aliados do ex-presidente é abrangente e não se restringe ao 8 de Janeiro, o que pode mudar os rumos de outras investigações em curso na Justiça que miram atos antidemocráticos e tentativas de golpe.

O projeto sob relatoria do deputado Rodrigo Valadares (União-SE) quer anistiar “todos que participaram de eventos subsequentes ou eventos anteriores aos fatos acontecidos em 08 de janeiro de 2023, desde que mantenham correlação com os eventos acima citados”. O Estadão mostrou em 2024 que essas brechas no texto podem favorecer Bolsonaro.

 

Não deixe de curtir nossa página Facebook e também Instagram para acompanhar  mais notícias do TMNews do Vale (Blog do professor TM)

 

AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do TMNews do Vale (Blog do professor TM) Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.

Faça um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem