Seleção brasileira de futebol: de orgulho, a vergonha nacional


(*) Taciano Medrado

A seleção brasileira de futebol, outrora temida e respeitada no cenário internacional, atravessa uma fase de decadência alarmante. O país que já revelou ao mundo gênios como Pelé, Zico, Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho agora se encontra à deriva, sem identidade e refém de um futebol pragmático e burocrático e de uma sequencia de treinadores incompetentes alicerçados em teorias que não se refletem na prática.

Os resultados recentes ilustram bem essa crise. Desde a humilhante derrota por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, a seleção não conseguiu se reerguer plenamente. Apesar da conquista da Copa América em 2019, a falta de um projeto consistente e a insistência em técnicos que não conseguem resgatar a essência do futebol brasileiro têm sido prejudiciais.

Outro fator preocupante é a dependência excessiva de jogadores que atuam no exterior. A base nacional foi negligenciada, com campeonatos locais enfraquecidos e um processo de formação de atletas que prioriza aspectos físicos em detrimento da criatividade e da técnica. O Brasil, que sempre foi celeiro de talentos, agora exporta seus melhores jogadores cada vez mais cedo, impedindo que desenvolvam uma identidade de jogo antes de rumarem para a Europa.

A falta de planejamento também se reflete na escolha dos treinadores. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) parece perdida, alternando entre nomes conservadores e apostas arriscadas, sem um plano concreto para modernizar o futebol nacional. Enquanto seleções como a Argentina e a França evoluem com técnicos alinhados com as demandas do futebol moderno, o Brasil está estagnado.

Para que o futebol brasileiro recupere sua grandeza, é essencial uma reestruturação profunda. É preciso investir em categorias de base, valorizar o futebol nacional e repensar a formação dos treinadores. Somente assim a seleção poderá voltar a ser protagonista e recuperar o brilho que um dia a fez a maior campeã do mundo.

Essa crise se tornou ainda mais evidente nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. A seleção brasileira vem acumulando resultados negativos, algo impensável para um time com sua história e tradição. Derrotas inesperadas, atuações apáticas e uma evidente falta de entrosamento refletem a falta de planejamento e comando. O Brasil, que sempre dominou a competição classificatória, agora luta para garantir uma vaga, algo que evidencia o retrocesso da equipe e a urgência de mudanças profundas.

O episódio mais recente e simbólico dessa decadência foi a goleada acachapante sofrida contra a Argentina em Buenos Aires pelo placar de 4 x 1 na noite dessa terça-feira(25). Esta também é a primeira vez que a Seleção perde os dois jogos para a Argentina em uma disputa de eliminatórias. Além da goleada desta terça-feira, o Brasil foi superado por 1 a 0 no Maracanã em 2023.O Brasil não perdia por pelo menos três gols de diferença para os hermanos desde 1964. O pior resultado para o rival é um 6 a 1 em amistoso disputado em 1940.

A derrota por 4 a 1 para a Argentina nesta terça-feira, no Monumental de Nuñez, é a pior da história da Seleção em eliminatórias para a Copa do Mundo. O resultado superou um revés por 3 a 0 para o Chile, em 2000, que antes ocupava o posto.

A derrota escancarou a fragilidade do time brasileiro, que foi completamente dominado pelos rivais e mostrou-se incapaz de reagir diante da pressão. O futebol vistoso e envolvente que um dia caracterizou a seleção brasileira deu lugar a um jogo apático, previsível e sem criatividade, aumentando ainda mais a indignação da torcida e a crise dentro da equipe. 

Por fim, Já não bastasse as decepções com a política, agora o brasileiro perde a única chance de ser feliz no futebol. A seleção, que historicamente foi um símbolo de orgulho nacional, se tornou mais uma fonte de frustração para o torcedor. 

O povo brasileiro, acostumado a superar dificuldades e encontrar no esporte um refúgio, hoje vê sua paixão ser corroída pela incompetência dos dirigentes e pela falta de um futebol digno de sua tradição.

Quem dera podermos rejuvenescer os nossos craques do passado,  quando nossas retinas vislumbravam o futebol arte, o amor a camisa canarinha, sem estrelismos e nem o mercenarismo  corrompidos pelos petrodólares. 

Enquanto isso,  resta  a geração Z, se contentar   em rebobinar as velhas fitas cassetes e rever os memoráveis jogos da verdadeira seleção brasileira com as geniais jogada de: Zico, Sócrates, Cerezo, Falcão, Junior, Ronaldo  fenômeno, o Gaucho e CIA. 

(*) Professor, psicopedagogo e  amante do futebol arte 


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