Imigrantes em processo de deportação são levados a avião militar dos EUA, em janeiro de 2025. — Foto: Divulgação/ Casa Branca
A Venezuela anunciou neste sábado (22) que chegou a um acordo com os Estados Unidos para retomar os voos de repatriação de venezuelanos deportados dos EUA.
Washington e Caracas haviam feito um acordo, inédito na relação estremecida entre os dois países, para que autoridades dos EUA deportassem cidadãos venezuelanos vivendo de forma irregular no país norte-americano.
A primeira leva de deportados chegou a Caracas no início de fevereiro. Na semana passada, no entanto, o governo de Trump deportou presos venezuelanos a megaprisões de El Salvador após um acordo com o presidente salvadorenho Nayib Bukele, aliado de Trump.Caracas não foi consultada, e o acordo com os EUA feito no início do ano ficou suspenso.
O presidente do Parlamento da Venezuela, Jorge Rodríguez, que comunicou o acordo com os EUA neste sábado, chamou a transferência dos presos a El Salvador de sequestro. Ele disse que o governo venezuelano trava conversas com os EUA para "resgatar nossos irmãos sequestrados em El Salvador.
"Migrar não é um crime, e não descansaremos até que todos que queiram retornar estejam de volta e resgatemos nossos irmãos sequestrados em El Salvador", disse o comunicado.
Segundo Rodríguez, os voos com a nova leva de deportados venezuelanos serão retomados no domingo (23).
Expulsão de 530 mil latino-americanos
Na sexta-feira (21), o governo dos EUA anunciou que revogará o status legal temporário de 530.000 cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos. Se a promessa se concretizar, será a maior deportação conjunta desde o início do governo Trump.
A medida entrará em vigor em 24 de abril.
O grupo que Trump pretende expulsar de seu país vivia nos Estados Unidos protegidos por um programa especial lançado pelo governo anterior que concedia asilo a cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela em seu país de origem.
Ou seja, os imigrantes recebiam um visto de residência nos EUA antes de viajar. Dessa forma, podiam entrar em território norte-americano de forma legal e por via área. O visto tinha duração inicial de dois anos e dependia de "patrocinadores", cidadãos norte-americanos que bancavam a viagem.
O programa foi inicialmente lançado apenas para venezuelano, em 2022. No ano seguinte, ele foi expandido em 2023 para cidadãos de Cuba, Haiti e Nicarágua, países com altos níveis imigração irregular nos EUA.
Desde a gestão Trump, no entanto, as relações diplomáticas e políticas dos EUA com esses quatro países se tensionou. Trump, republicano, argumenta que os programas de garantia condicional para entrada legal ultrapassaram os limites da lei federal e solicitou seu encerramento em uma decreto de 20 de janeiro.
G1 - Mundo
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